Capítulo Único
- Eu não acredito que você vai me fazer participar dessa promoção idiota, Isa! - reclamava no telefone com a amiga enquanto olhava para o post nas redes sociais da rádio carioca.
- Mas é só marcar uns dois amigos no post, curtir e seguir a rádio. Não é nada que você já não tenha feito pelo Maroon 5 ou por qualquer outra banda. - Isabella argumentou e com o suspiro insatisfeito de , ela resolveu dar a cartada final - Sem contar que você já me obrigou a participar de concursos até por conta do RBD. É uma forma de me devolver o favor.
- Eu tinha uns 13 ou 14 anos, Isabella Dias! - contestou indignada ouvindo um “e daí?” da outra, fazendo com que ela bufasse resignada - ‘Tá bem! Eu participo por você, criatura! - terminou o assunto ouvindo a melhor amiga comemorar animada do outro lado da linha. Ela nem sabia se ganharia, mas se conseguisse, era bom que esse show fosse o melhor de sua vida!
[...]
Algumas semanas depois, e Isabella estavam voltando juntas da faculdade enquanto ouviam música pelo celular da primeira. Por sorte conseguiram um lugar sentadas no trem das 18h, o que era uma glória e tanta se considerassem a Central do Brasil em horário de pico. O Rio de Janeiro era terrível na volta para casa, mas até aí nenhuma novidade.
O celular de , no entanto, começou a vibrar com várias mensagens vindas de seu Instagram, fazendo com que o aparelho travasse um pouco. As duas se olharam um pouco irritadas pela interrupção da música, mas logo a mulher conseguiu destravar o celular e acessar o aplicativo. Pelos próximos segundos, ela deu graças aos céus por seu queixo estar firmemente preso ao rosto, porque tinha certeza de que se não fosse assim, ele estaria caído no chão e seria pisoteado em pleno trem lotado.
Sem conseguir explicar a Isabella, que agora olhava preocupada a demora de reação da amiga, lhe passou o celular deixou que ela visse por conta própria o que acontecia e apenas esperou, olhando para ela. viu quando os olhos da amiga se arregalaram e o quanto ela fez força para segurar o grito preso em sua garganta e teve que se contentar em lhe olhar incrédula, com um sorriso que beirava o choro.
- Isso tá mesmo acontecendo, ?! - questionou segurando a mão da outra com força e prendendo o choro que sabia estar próximo de começar.
- Ao que parece você vai conhecer o KARD antes do que imaginou. - ela disse simplesmente com um sorriso e Isabella lhe deu um abraço apertado de gratidão. ganhara a promoção e poderia comparecer ao show levando um acompanhante, além de garantir um passe ao backstage para conhecer os integrantes do grupo. Ela não poderia estar mais feliz por estar ajudando a sua amiga-irmã a realizar um sonho: Isabella acompanhava o grupo desde que eles apareceram há uns poucos anos. Sabia o quanto era importante essa vitória!
[...]
O dia do show tinha chegado e, mesmo não querendo admitir, também estava ansiosa (não tanto quanto a amiga, mas ela queria ir ao show). Isabella tinha feito com ela, na semana anterior ao evento, uma imersão ao grupo que ia desde saber diferenciá-los por seus nomes a tentar aprender um pouco das coreografias e das letras.
Algumas das coreografias tinham sido até tranquilas para os anos de ballet que fizera, mas as letras foram uma decepção total. Só a versão de Don’t Recall em inglês tinha sido aprendida, mas não contava muito porque a mulher já conhecia a letra. Sim, ela admitia que em seu passado não tão distante - há mais ou menos um ano - teve uma fase Kpopper e ouvira duas músicas do grupo no repeat por duas semanas seguidas, ainda que uma delas ela não soubesse cantar nenhuma frase, já que era em coreano.
Por isso, ainda que ela quisesse se esconder, estava feliz por estar fazendo isso com a amiga. ganhara da rádio duas camisas pretas da tour e decidira combinar com uma jardineira mostarda, deixando um all star em seus pés para evitar que sua coluna doesse ou que alguma criança (porque sim, ela sabia que haveria uma penca delas no show) reclamasse mais de sua altura. , do alto de seus quase 1,80m não precisava de mais problemas em seus ouvidos. E ela estava pensando nisso enquanto batucava os pés no chão do carro, cantarolando uma música qualquer da rádio. Isabella dirigia e balançava os dedos também no ritmo, tentando não se estressar com o trânsito para a Zona Sul naquele dia.
- Tem certeza de que foi uma boa ideia vir de carro, Isa? - perguntava vendo que a amiga tinha ficado vermelha de raiva com a cortada que levara da moto - Você tá aí se estressando toda.
- Tenho sim! É bom que a gente treina direção e temos condução certa pra casa depois. - suspirou se animando e deixando de lado a raiva - E ainda vamos parar na garagem do prédio do Gabe. - comentou sobre o que combinara com o namorado - Só vamos andar umas duas ruas pra chegar no Vivo Rio de lá.
- E você vai realmente querer ir embora pra casa depois de estar na do seu namorado? - perguntou esperta, já imaginando que ela teria que levar o carro na volta.
- A ideia inicial é que sim, mas a gente vê isso mais tarde. - comentou rindo e aumentou o volume do rádio - Mas agora foca nessa nova da Luísa Sonza, por favor! - concluiu o assunto antes das duas estarem cantando e tentando dançar no carro. Depois se preocupava com a volta.
[...]
As amigas até que não demoraram para chegar na casa de Gabriel, namorado de Isa, para deixar o carro. O homem fez questão de acompanhá-las até a casa de shows, principalmente para poder passar um tempinho com a amada. Ficaram juntos na fila depois que elas encontraram o pessoal da rádio, que lhes dera pulseiras para a área premium e os passes para o backstage.
Os portões não levaram muito mais tempo para abrir e logo elas estavam se despedindo de Gabriel para adentrar o Vivo Rio. Uma corridinha foi necessária, porque Isa fazia questão de estar o mais próximo do palco. Então, elas ficaram felizes quando encontraram um espacinho na lateral que daria pra ter uma boa visibilidade. Ficar no meio era quase um suicídio.
Elas não precisaram esperar muito e logo as luzes se apagaram, fazendo com que o palco se iluminasse e as cortinas levantassem. J.Seph, BM, Somin e Jiwoo estavam parados em formação no meio do palco e os fãs foram ao delírio. Até mesmo que não conhecia nada do grupo ficou entusiasmada com a apresentação e se divertiu.
Pra sua sorte, eles pareciam querer agradar os fãs brasileiros e fizeram covers de algumas músicas que ela bem conhecia como Havana e Pesadão da IZA. Ela tinha que admitir que eles eram muito bons, carismáticos e que sabiam dançar muito. No final, ela só conseguia ficar olhando hipnotizada para os movimentos de dança que eles faziam, querendo aplicar eles em suas coreografias ou até aprender mais algumas das deles.
Isabella, ao seu lado, estava chorando e gritava a plenos pulmões e em coreano o quanto os amava. Ela não sabia se ria ou se abraçava a amiga, mas fez questão de tirar algumas fotos daquele momento. Isa ia gostar de ter várias recordações desse dia.
O show levou cerca de 90 minutos para acabar e parecia satisfeita, mas Isa agora estava uma pilha de nervos. Depois que os quatro se despediram do palco de vez (já que tinham voltado uma última para um pequeno bis com um medley de funks cariocas para o deleite de todos - tinha amado a tentativa de BM de fazer um quadradinho, tinha sido sexy e desastroso ao mesmo tempo), as meninas esperaram que a casa de shows ficasse mais vazia e mostrando seus passes de camarim aos seguranças, elas foram encaminhadas a uma fila de mais ou menos quinze pessoas.
- Será que vai demorar muito? - Isabella estava a ponto de roer suas unhas e batia o pé no chão impaciente.
- Calma, deve demorar uns 40 minutos, por aí - deu de ombros e aproveitou sua bolsa como almofada para que pudesse se sentar no chão sem se sujar - Vai sentando aí que temos que esperar, ainda mais por ser algo da rádio - comentou olhando para o celular que continha uma mensagem de um dos responsáveis do concurso, comentando que elas deveriam ser as últimas a entrar para conhecê-los, porque teriam meia hora com os integrantes, ao invés dos 5 minutos que os outros fãs tinham.
- Detesto esperar! - retrucou num muxoxo, sentando ao lado da amiga para logo mudar de assunto - Será que eu tô bonita? Ai meu Deus, eu vou conhecer o J., nem acredito - terminou com os olhinhos brilhando.
- Você sabe que o seu namorado ‘tá te esperando em casa, né? - riu e a amiga lhe estendeu a língua de forma infantil.
- Uma mulher pode sonhar! - deu de ombros e sorriu - Mas temos mesmo que nos arrumar, não posso aparecer feia nessas fotos de jeito nenhum! - disse já pegando um espelhinho da bolsa e seu estojo de maquiagens para dar um básico retoque. Não que precisasse, porque suas tranças continuavam maravilhosas, mas ela não iria contrariar Isabella a essa altura. Por isso, fez questão de arrumar seus cachos que a essa hora estavam bem mais armados, passar um batonzinho e reforçar o desodorante. Afinal, não queria conhecer um famoso coreano com algum cheirinho indesejado.
Enquanto esperavam na fila, acabaram fazendo amizade com as meninas e meninos ao redor e, realmente, estava certa. Se ela com seus 25 anos não era a mais velha daquele show, estava bem perto disso. Os outros fãs estavam na casa dos 15, 16 anos ou, no máximo, com 23, assim como Isabella. Ela ia morrer de vergonha quando chegasse a hora de falar com eles.
E não demorou muito tempo para que seus pensamentos se tornassem realidade. As duas foram chamadas pelo pessoal da rádio depois que a última menina entrara para conhecer o grupo. Foram informadas de que teriam 30 minutos com o KARD e que as únicas pessoas que estariam na sala além delas e dos quatro, seriam os seguranças, para que tudo rolasse da melhor forma possível. Isabella quase surtou com essa informação, já que não esperava por isso, mas se alegrou com essa pequena abertura que lhes fora dada. Talvez por serem mais velhas e não parecerem loucas, vai saber.
Quando a porta se abriu, as duas meninas logo deram as mãos e foram juntas conhecer o grupo coreano. Bastou um simples olá animado de Somin em português para que Isabella se soltasse de e começasse a chorar, enquanto a mulher se aproximava para lhe dar um abraço carinhoso. Era difícil para os coreanos demonstrarem carinho, mas os brasileiros estavam ajudando direitinho nisso.
, por um momento ficou meio perdida já que os outros alternavam entre falar com Isabella e olhar para ela, então achou melhor se apresentar.
- Olá, pessoal! - disse em inglês e sorriu aliviada quando todos a entenderam - Essa chorona aí é a Isabella, muito fã de vocês e está louca para agarrar a todos, mas está mantendo a pose. - e todos riram da apresentação, até mesmo Isa que estava querendo matar a amiga por ter sido entregue dessa forma - E eu sou a , amiga dela. Não sou exatamente uma fã, porque conheço duas músicas de vocês - se desculpou envergonhada - Mas eu adorei a vibe do show. Vocês arrasaram e ganharam uma nova admiradora! - comentou se aproximando para dar um abraço em cada um, mostrando que brasileiros não ligavam muito pra espaço pessoal. Mas os quatro sorriram e agradeceram a simpatia da mulher em inglês, para que ela compreendesse.
Logo o fotógrafo oficial veio e tirou algumas fotos de todos eles juntos e das meninas com cada um dos integrantes e se foi, dando a elas o cartão com a senha do drive onde estariam disponíveis as fotos depois. Depois disso, Isabella engatou em uma conversa com J.Seph e Jiwoo, gastando todo o coreano aprendido em seu cursinho, enquanto Somin voltava para o grupo com algumas garrafas d’água.
resolvera dar espaço a amiga com seus ídolos e descansava no pequeno sofá que havia ali, até que BM se sentou ao seu lado.
- Você realmente queria estar aqui hoje? - ele pergunta em inglês baixinho para não atrapalhar a conversa dos outros quatro.
- Claro! - sorri - Eu gostei bastante do show, mesmo das partes que não consegui entender. - completou rindo e ele lhe acompanhou, gostando da risada da mulher.
- E quais são as músicas que você conhece? - ela franziu a testa e ele tratou de explicar - Você disse que conhecia duas músicas nossas. Quais são?
- Ah, sim! Só Rumor e Don’t Recall. Mas da segunda eu só sei a versão em inglês e não entendo nenhuma palavra da primeira, mas curti durante a minha fase kpopper. - confidenciou.
- Então teve uma fase assim? E o que mais ouviu? - perguntou interessado. BM estava querendo conversar com a moça.
- Sinceramente? - ele assentiu pra ela - Só essas duas músicas em um repeat eterno que durou duas semanas. - confessou envergonhada sem segurar o riso.
- Duas semanas? Fico lisonjeado!
- De nada, então! Mas eu não consegui cantar Rumor durante o show, me desculpe! Só consigo com a letra na minha frente. - deu de ombros.
- Mas você gostou do show, isso que importa. - deu uma piscadela para ela - Mas de que tipo de música você gosta?
E resolveu abrir o Spotify para lhe mostrar algumas de suas playlists. A maioria das músicas internacionais ele também conhecia e os dois viam gostos em comum. Quando chegou na parte de passar rapidamente para ele alguns pagodes e músicas populares, ela viu o rosto do homem ficar com grandes pontos de interrogações. Ele também não tinha entendido nada das letras, mas ficara animado quando ela chegou aos funks.
- Talvez a gente não precise entender a letra pra gostar e sentir a música. - ela comentou e viu como os olhos de BM brilharam com a frase. Ele entendia o que ela queria dizer perfeitamente.
Depois do que pareceu pouco tempo, o segurança veio avisar que as meninas tinham apenas mais cinco minutos com o grupo. Então eles fizeram mais algumas fotos e vídeos para que elas pudessem guardar na memória. Mas, antes que elas pudessem ir embora, BM segurou o pulso de e a levou para um lado mais afastado.
- Eu não sei se você vai topar, mas vamos fazer uma pequena reunião com música em umas três horas para comemorar o final da tour pelo Brasil e eu gostaria que você fosse. - disse de uma vez, pegando ela de surpresa.
- Isso é sério? Por que? - ela estava chocada - Você não está pensando no estereótipo de que brasileiras são fáceis ou algo do tipo, né? - respondeu já de braços cruzados.
- Não, não! - respondeu rápido, ficando envergonhado e vermelho quase como seus cabelos pintados - Eu só gostaria de conversar mais com você, sem ter determinação de tempo. - ele parecia desconfortável e seus olhos, que estavam na mesma altura dos dela - graças a pouca diferença de altura - se encontraram, passando verdade a ela.
- Pegue seu celular. - disse simplesmente e viu o cantor andar apressado para pegar o aparelho. Quando ele voltou, a viu abrir o Instagram no próprio celular e procurar pelo username dele nas DM’s. Ele não pode deixar de sorrir ao ver que ela já lhe seguia, mesmo que dissesse não ser sua fã. Quando ela ia mandar um oi, lembrou de algo e bateu na testa, dizendo algo em português que ele não conseguiu entender.
- Aconteceu algo? - ele questionou preocupado.
- Ok, não ria! - ela suspirou derrotada e entregou o celular na mão dele, para que ele lesse o que ela tinha escrito há um ano.
Na mensagem a mulher se apresentava e contava sobre não ser fã de Kpop, mas que tinha descoberto o grupo e que curtia as músicas. Ela também se desculpava por qualquer erro de inglês que tivesse cometido, mas ele não conseguia ver nenhum. O homem só conseguia sorrir com a mensagem e tinha vontade de se bater por não ter visto aquela mensagem adorável em 2018.
- Eu disse para não rir! - reclamou ao ver que o homem sorria e ele logo tratou de se explicar.
- Apenas achei uma graça a mensagem! Só isso, juro! - se apressou em dizer e devolveu para ela o aparelho.
- Ok! - ela ainda estava meio desconfiada, mas mandou um emoji para a mensagem e logo o cantor visualizou e lhe mandou uma resposta, vendo que agora eles tinham como se comunicar - Me manda o endereço e eu vejo se consigo ir!
- Vou adorar se você puder ir. - disse aumentando o sorriso.
- Mas eu não iria sozinha. Isabella e o namorado dela provavelmente iriam comigo. - ela deu de ombros e ele assentiu, como se dissesse que sem problemas.
Os dois se despediram com um abraço breve e logo deu um tchau aos outros integrantes e saiu com Isabella, deixando os quatro sozinhos. Ela sabia que Isa deveria estar cheia de vontade de perguntar o que acontecera ali, mas a mulher apenas lhe disse que quando chegassem na casa de Gabriel ela lhe contaria. Nem ela estava acreditando muito no que acontecia.
[...]
- Você não está pensando em recusar o convite do cara, né? - Gabriel dizia incrédulo enquanto olhava para que tinha o celular em mãos.
Os três já estavam na casa dele conversando e a mulher tinha contado tudo o que conversara com o BM para os dois, falando inclusive sobre o convite que ele tinha lhe feito, ainda que ela não estivesse levando muita fé. O que tinha mudado completamente quando a mensagem com o endereço do hotel tinha aparecido no celular dela, junto ao nome de quem procurar e como entrar na reunião que faziam.
- Amiga, você sabe como é difícil eles se soltarem assim? - Isabella comentou - Você deveria ir!
- Mas e se ele estiver pensando que pode me pegar só porque eu sou brasileira? Você sabe como esses homens gringos são idiotas!
- Eu sei disso, mas você não vai fazer nada que não queira. Vamos estar lá com você - disse olhando para o namorado que concordou com a cabeça - E, se você quiser mesmo pegar ele, você faz isso. - deu de ombros - Você quer? - resolveu averiguar.
- Talvez. - parecia meio incerta e Isabella se jogou em cima dela comemorando e rindo, antes de dizer que agora mesmo que eles iriam para esse after.
Nem uma hora depois, os três já se encaminhavam, de uber, para o hotel em Ipanema. , por sorte, conseguira tomar um banho e trocar de roupa, já que sua mochila com uma segunda opção de look para o show ficara no carro da amiga. Isa também tinha umas roupas na casa do namorado, então achou melhor se arrumar um pouquinho mais. E os três estavam nervosos, já que nunca tinham participado de uma festinha com famosos antes.
Ao chegarem no hotel, foi logo para a recepção, seguindo as instruções de BM e eles foram levados para a cobertura do prédio, onde em um dos quartos, acontecia a tal comemoração. Parecia ser algo pequeno, só para os quatro e mais alguns convidados. Ninguém exatamente muito famoso, só alguns youtubers brasileiros que Isabella logo comentou que cobriam o mundo do pop coreano.
Quando J. Seph notou os três na entrada, logo foi cumprimentá-los, mas não sem antes cutucar BM para que visse quem acabara de chegar, o que fez com que ele abrisse um sorriso maior ainda. A brasileira estava mais bonita do que há poucas horas, como se isso fosse possível.
J. então fez questão de apresentar os três para todos os que estavam presentes e eles logo se enturmaram, dançando com os youtubers brasileiros e bebendo do pequeno bar que havia sido montado ali. Quando o funk começou, a pedido dos coreanos, foi que todos se soltaram e puderam dançar como se não houvesse amanhã.
- Matt, você não vai falar com ela? - Jiwoo perguntou enquanto via que o amigo não tirava os olhos da brasileira. Ela dançava com a amiga, rebolando sem se importar se teria plateia (e tinha), o que deixava muito difícil de parar de olhar para os seus quadris e sua bunda.
- Ela está se divertindo. - ele deu de ombros, mas não quebrou o contato visual com o corpo da mulher que, como se sentisse que estava sendo observada, olhou na direção dele enquanto dançava.
- Ela está aqui por sua causa! - a amiga lhe deu um empurrão no ombro - Vá logo antes que outro o faça. - comentou apontando discretamente para outro cara que também parecia gostar da dança de .
Isso foi o suficiente para que o sangue de BM esquentasse e ele decidisse se encaminhar para a brasileira, que seguia sustentando o seu olhar, sem parar de dançar.
- Se importa se eu dançar com você? - perguntou baixo no ouvido dela, notando que a mulher tinha se arrepiado com o gesto e que apenas concordara com a cabeça, quando ele envolveu sua cintura e começou a seguir os movimentos dos quadris dela.
- Você demorou. - ela disse simplesmente e se virou de costas para ele, continuando a rebolar próximo ao seu corpo e sentindo que os dedos dele apertavam com mais força sua cintura.
- Se eu soubesse que estava esperando, tinha vindo mais rápido. - sussurrou contra a pele de e deixou seus lábios roçarem em seu pescoço, fazendo ela sorrir com o gesto.
Os dois continuaram dançando por mais algumas músicas, fazendo o possível para não desgrudar seus corpos. A temperatura já estava realmente mais alta entre os dois, mas os demais não pareciam se importar. Eles pareciam apenas um casal dançando, nada vulgar.
- Preciso beber alguma coisa. - anunciou puxando o cantor pela mão até a mesa de bebidas. Ela se serviu de um pouco de caipirinha e BM apenas pegou uma cerveja para si - Eu não sabia se deveria vir - ela comentou com ele, falando próxima ao ouvido do homem para que pudesse lhe escutar melhor.
- Ainda pensando que eu só quero me aproveitar de você? - ele disse com um sorriso sacana e brincalhão que fez a mulher rir antes deles sentarem num sofá para continuarem conversando.
- Eu posso querer me aproveitar de você também. - deu de ombros e o cantor sentiu sua boca secar - Mas eu não costumo fazer isso de sair com famosos, essas coisas. Principalmente sem nem conhecer o cara direito.
- Entendo - BM estendeu a mão pra ela - Prazer, me chamo Matthew e você é a …? - ele lhe instigou a responder e a mulher entrou na brincadeira.
- ! - ela sorriu e uniu as duas mãos - Eu não tenho ideia de quantas garotas gostariam de estar no meu lugar hoje.
- Fico feliz que seja você aqui. - ele respondeu se aproximando, sem desviar o olhar do dela.
- Vai dizer aquela baboseira de “você é diferente das outras mulheres que conheci”? - sentia seu coração se acelerar com a proximidade dos dois. Ela já podia sentir o cheiro do perfume dele com mais clareza - Mesmo sem me conhecer direito. - a mulher riu.
- Vai funcionar? - ela apenas deu de ombros e seu sorriso foi morrendo à medida que se encaravam - Eu posso só dizer que você é uma das mulheres mais lindas que eu já conheci?
- Isso depende.
- De quê?
- De quantas mulheres você já conheceu na vida. - a mulher deu uma piscadela e resolveu não se segurar mais - Você quer sair daqui? - perguntou alternando seu olhar entre a boca e os olhos do homem.
- Se eu soubesse que estava esperando, tinha sugerido mais rápido. - ele meio que repetiu o que tinha dito antes e a segurou pela mão, saindo do quarto. Isabella viu os dois saindo, mas fez questão de levantar seu polegar em um ok para a amiga, deixando-a mais tranquila e lhe mandando um sorriso super safado, que foi espelhado por Isa.
O caminho dos dois não foi longo, eles apenas andaram para algumas portas de distância. Ao que parecia, todo o grupo estava hospedado naquele andar. Quando eles entraram no quarto, BM a pegou de surpresa encostando o corpo dela contra a porta fechada e lhe atacando os lábios.
O beijo era urgente, sôfrego, seus dedos apertavam a pele da cintura de lhe aproximando mais dele ou querendo imprensá-la ainda mais contra a parede. Então, a mulher não se fez de rogada e resolveu começar a explorar seus braços, descobrindo o caminho demoradamente até sua nuca, deixando leves arranhões na pele clara.
Sem demora, foi abrindo os botões da camisa social à medida que os encontrava, conhecendo seu abdômen com os dedos, sentindo-o se contrair a cada toque. Um gemido baixo saiu por entre os lábios de BM quando as mãos da brasileira se direcionaram ao cós da calça, ainda meio incerta sobre abrir ou não o botão.
Suas mãos, que tinham se mantido agarradas a cintura da mulher, se direcionaram a sua bunda, apertando ali como queria desde que a vira dançando daquele jeito mais cedo. BM a levava de encontro ao seu quadril, fazendo com que agora fosse quem soltasse um gemido que ele amou ouvir. Ela dizia BM tão baixinho que se ele não estivesse quase fundido ao corpo da mulher, não teria ouvido.
- Me chame de Matt! - ele sussurrou em ordem ao morder o pescoço dela e, como se coreografado, ela gemia o nome dele. Se possível ele estava ainda mais excitado com isso.
levantou uma das pernas, prendendo-a nos quadris de BM, aumentando ainda mais o contato íntimo dos dois e, ele entendeu o que ela queria. Fez pressão para cima e ela entrelaçou suas pernas na cintura dele, sem deixar de lhe beijar os lábios. Ele caminhava meio às cegas até a cama, mas quando seus joelhos bateram nela, colocou a mulher delicadamente ali, ficando por cima dela.
A brasileira resolveu então terminar de tirar a camisa já aberta do homem, arranhando seus braços no processo, vendo sua pele se arrepiar e sua respiração pesada ficar ainda mais nítida. Ela parou alguns segundos para observar aqueles braços fortes e o abdome completamente definido. nem tentou se controlar e deixou um chupão naquela pele tão lisinha, fazendo com que BM apertasse sua bunda em retribuição.
Eles foram se despindo até que ficassem sem nada entre os dois. Com a boca, ele descobriu cada pedaço de pele da mulher na sua cama, deixando um rastro quente por onde passava. A respiração dele estava no meio das pernas de e ela só conseguia se concentrar em quanto o queria ali. Ele fizera com que ela esquecesse o próprio nome e só conseguisse sussurrar o dele a medida que ele a descobria com a língua. BM sugava o clitóris com tanta destreza que parecia que ele tinha nascido pra isso. Ele lambia, na mesma medida em que dava fracas mordidinhas que faziam com que a mulher gemesse ainda mais alto. O orgasmo não demorou muito para chegar para ela.
Pontos coloridos ainda inundavam a visão da mulher, quando ela sentiu que ele, depois de se proteger, a preenchia como há tempos não acontecia. Os movimentos aconteciam tão lentos no princípio, mas aquilo não era o bastante para ela e ele pareceu entender quando as pernas dela entrelaçaram em sua cintura, fazendo com que ele se afundasse dentro do prazer.
O ritmo foi ficando acelerado, seus corpos pareciam grudados de tanto calor, o quarto parecia diminuir e nenhum dos dois conseguia manter os olhos abertos por muito tempo. BM com sua boca cobriu a dela, abafando um gemido alto que estava pronto para sair no momento em que o segundo orgasmo da noite veio. Poucos segundos foram necessários para que ele alcançasse aquele mesmo estado, também gemendo o nome dela.
A cabeça de BM descansava na curvatura do pescoço de , suas respirações ainda aceleradas, eles podiam sentir os corações descompassados um do outro.
- Eu não tinha feito isso antes. - ele disse baixinho e ela teve que se virar para olhá-lo em descrença e deboche - Estou falando de dormir com uma fã. - ele explicou.
- Em tese eu não sou sua fã, Matt. - ela sorriu e piscou um dos olhos esperta. Ele adorou seu apelido ocidental nos lábios dela.
- Tinha esquecido disso. - deu um sorriso sacana, olhando nos olhos da mulher - Então não estaríamos quebrando nenhuma regra, certo?
- Não tenho nem ideia do que você está falando. - ela riu e começou a se movimentar lentamente embaixo dele, fazendo com que ele a penetrasse mais fundo e soltasse um gemido preguiçoso. A noite ainda seria bem longa para os dois.
- Mas é só marcar uns dois amigos no post, curtir e seguir a rádio. Não é nada que você já não tenha feito pelo Maroon 5 ou por qualquer outra banda. - Isabella argumentou e com o suspiro insatisfeito de , ela resolveu dar a cartada final - Sem contar que você já me obrigou a participar de concursos até por conta do RBD. É uma forma de me devolver o favor.
- Eu tinha uns 13 ou 14 anos, Isabella Dias! - contestou indignada ouvindo um “e daí?” da outra, fazendo com que ela bufasse resignada - ‘Tá bem! Eu participo por você, criatura! - terminou o assunto ouvindo a melhor amiga comemorar animada do outro lado da linha. Ela nem sabia se ganharia, mas se conseguisse, era bom que esse show fosse o melhor de sua vida!
Algumas semanas depois, e Isabella estavam voltando juntas da faculdade enquanto ouviam música pelo celular da primeira. Por sorte conseguiram um lugar sentadas no trem das 18h, o que era uma glória e tanta se considerassem a Central do Brasil em horário de pico. O Rio de Janeiro era terrível na volta para casa, mas até aí nenhuma novidade.
O celular de , no entanto, começou a vibrar com várias mensagens vindas de seu Instagram, fazendo com que o aparelho travasse um pouco. As duas se olharam um pouco irritadas pela interrupção da música, mas logo a mulher conseguiu destravar o celular e acessar o aplicativo. Pelos próximos segundos, ela deu graças aos céus por seu queixo estar firmemente preso ao rosto, porque tinha certeza de que se não fosse assim, ele estaria caído no chão e seria pisoteado em pleno trem lotado.
Sem conseguir explicar a Isabella, que agora olhava preocupada a demora de reação da amiga, lhe passou o celular deixou que ela visse por conta própria o que acontecia e apenas esperou, olhando para ela. viu quando os olhos da amiga se arregalaram e o quanto ela fez força para segurar o grito preso em sua garganta e teve que se contentar em lhe olhar incrédula, com um sorriso que beirava o choro.
- Isso tá mesmo acontecendo, ?! - questionou segurando a mão da outra com força e prendendo o choro que sabia estar próximo de começar.
- Ao que parece você vai conhecer o KARD antes do que imaginou. - ela disse simplesmente com um sorriso e Isabella lhe deu um abraço apertado de gratidão. ganhara a promoção e poderia comparecer ao show levando um acompanhante, além de garantir um passe ao backstage para conhecer os integrantes do grupo. Ela não poderia estar mais feliz por estar ajudando a sua amiga-irmã a realizar um sonho: Isabella acompanhava o grupo desde que eles apareceram há uns poucos anos. Sabia o quanto era importante essa vitória!
O dia do show tinha chegado e, mesmo não querendo admitir, também estava ansiosa (não tanto quanto a amiga, mas ela queria ir ao show). Isabella tinha feito com ela, na semana anterior ao evento, uma imersão ao grupo que ia desde saber diferenciá-los por seus nomes a tentar aprender um pouco das coreografias e das letras.
Algumas das coreografias tinham sido até tranquilas para os anos de ballet que fizera, mas as letras foram uma decepção total. Só a versão de Don’t Recall em inglês tinha sido aprendida, mas não contava muito porque a mulher já conhecia a letra. Sim, ela admitia que em seu passado não tão distante - há mais ou menos um ano - teve uma fase Kpopper e ouvira duas músicas do grupo no repeat por duas semanas seguidas, ainda que uma delas ela não soubesse cantar nenhuma frase, já que era em coreano.
Por isso, ainda que ela quisesse se esconder, estava feliz por estar fazendo isso com a amiga. ganhara da rádio duas camisas pretas da tour e decidira combinar com uma jardineira mostarda, deixando um all star em seus pés para evitar que sua coluna doesse ou que alguma criança (porque sim, ela sabia que haveria uma penca delas no show) reclamasse mais de sua altura. , do alto de seus quase 1,80m não precisava de mais problemas em seus ouvidos. E ela estava pensando nisso enquanto batucava os pés no chão do carro, cantarolando uma música qualquer da rádio. Isabella dirigia e balançava os dedos também no ritmo, tentando não se estressar com o trânsito para a Zona Sul naquele dia.
- Tem certeza de que foi uma boa ideia vir de carro, Isa? - perguntava vendo que a amiga tinha ficado vermelha de raiva com a cortada que levara da moto - Você tá aí se estressando toda.
- Tenho sim! É bom que a gente treina direção e temos condução certa pra casa depois. - suspirou se animando e deixando de lado a raiva - E ainda vamos parar na garagem do prédio do Gabe. - comentou sobre o que combinara com o namorado - Só vamos andar umas duas ruas pra chegar no Vivo Rio de lá.
- E você vai realmente querer ir embora pra casa depois de estar na do seu namorado? - perguntou esperta, já imaginando que ela teria que levar o carro na volta.
- A ideia inicial é que sim, mas a gente vê isso mais tarde. - comentou rindo e aumentou o volume do rádio - Mas agora foca nessa nova da Luísa Sonza, por favor! - concluiu o assunto antes das duas estarem cantando e tentando dançar no carro. Depois se preocupava com a volta.
As amigas até que não demoraram para chegar na casa de Gabriel, namorado de Isa, para deixar o carro. O homem fez questão de acompanhá-las até a casa de shows, principalmente para poder passar um tempinho com a amada. Ficaram juntos na fila depois que elas encontraram o pessoal da rádio, que lhes dera pulseiras para a área premium e os passes para o backstage.
Os portões não levaram muito mais tempo para abrir e logo elas estavam se despedindo de Gabriel para adentrar o Vivo Rio. Uma corridinha foi necessária, porque Isa fazia questão de estar o mais próximo do palco. Então, elas ficaram felizes quando encontraram um espacinho na lateral que daria pra ter uma boa visibilidade. Ficar no meio era quase um suicídio.
Elas não precisaram esperar muito e logo as luzes se apagaram, fazendo com que o palco se iluminasse e as cortinas levantassem. J.Seph, BM, Somin e Jiwoo estavam parados em formação no meio do palco e os fãs foram ao delírio. Até mesmo que não conhecia nada do grupo ficou entusiasmada com a apresentação e se divertiu.
Pra sua sorte, eles pareciam querer agradar os fãs brasileiros e fizeram covers de algumas músicas que ela bem conhecia como Havana e Pesadão da IZA. Ela tinha que admitir que eles eram muito bons, carismáticos e que sabiam dançar muito. No final, ela só conseguia ficar olhando hipnotizada para os movimentos de dança que eles faziam, querendo aplicar eles em suas coreografias ou até aprender mais algumas das deles.
Isabella, ao seu lado, estava chorando e gritava a plenos pulmões e em coreano o quanto os amava. Ela não sabia se ria ou se abraçava a amiga, mas fez questão de tirar algumas fotos daquele momento. Isa ia gostar de ter várias recordações desse dia.
O show levou cerca de 90 minutos para acabar e parecia satisfeita, mas Isa agora estava uma pilha de nervos. Depois que os quatro se despediram do palco de vez (já que tinham voltado uma última para um pequeno bis com um medley de funks cariocas para o deleite de todos - tinha amado a tentativa de BM de fazer um quadradinho, tinha sido sexy e desastroso ao mesmo tempo), as meninas esperaram que a casa de shows ficasse mais vazia e mostrando seus passes de camarim aos seguranças, elas foram encaminhadas a uma fila de mais ou menos quinze pessoas.
- Será que vai demorar muito? - Isabella estava a ponto de roer suas unhas e batia o pé no chão impaciente.
- Calma, deve demorar uns 40 minutos, por aí - deu de ombros e aproveitou sua bolsa como almofada para que pudesse se sentar no chão sem se sujar - Vai sentando aí que temos que esperar, ainda mais por ser algo da rádio - comentou olhando para o celular que continha uma mensagem de um dos responsáveis do concurso, comentando que elas deveriam ser as últimas a entrar para conhecê-los, porque teriam meia hora com os integrantes, ao invés dos 5 minutos que os outros fãs tinham.
- Detesto esperar! - retrucou num muxoxo, sentando ao lado da amiga para logo mudar de assunto - Será que eu tô bonita? Ai meu Deus, eu vou conhecer o J., nem acredito - terminou com os olhinhos brilhando.
- Você sabe que o seu namorado ‘tá te esperando em casa, né? - riu e a amiga lhe estendeu a língua de forma infantil.
- Uma mulher pode sonhar! - deu de ombros e sorriu - Mas temos mesmo que nos arrumar, não posso aparecer feia nessas fotos de jeito nenhum! - disse já pegando um espelhinho da bolsa e seu estojo de maquiagens para dar um básico retoque. Não que precisasse, porque suas tranças continuavam maravilhosas, mas ela não iria contrariar Isabella a essa altura. Por isso, fez questão de arrumar seus cachos que a essa hora estavam bem mais armados, passar um batonzinho e reforçar o desodorante. Afinal, não queria conhecer um famoso coreano com algum cheirinho indesejado.
Enquanto esperavam na fila, acabaram fazendo amizade com as meninas e meninos ao redor e, realmente, estava certa. Se ela com seus 25 anos não era a mais velha daquele show, estava bem perto disso. Os outros fãs estavam na casa dos 15, 16 anos ou, no máximo, com 23, assim como Isabella. Ela ia morrer de vergonha quando chegasse a hora de falar com eles.
E não demorou muito tempo para que seus pensamentos se tornassem realidade. As duas foram chamadas pelo pessoal da rádio depois que a última menina entrara para conhecer o grupo. Foram informadas de que teriam 30 minutos com o KARD e que as únicas pessoas que estariam na sala além delas e dos quatro, seriam os seguranças, para que tudo rolasse da melhor forma possível. Isabella quase surtou com essa informação, já que não esperava por isso, mas se alegrou com essa pequena abertura que lhes fora dada. Talvez por serem mais velhas e não parecerem loucas, vai saber.
Quando a porta se abriu, as duas meninas logo deram as mãos e foram juntas conhecer o grupo coreano. Bastou um simples olá animado de Somin em português para que Isabella se soltasse de e começasse a chorar, enquanto a mulher se aproximava para lhe dar um abraço carinhoso. Era difícil para os coreanos demonstrarem carinho, mas os brasileiros estavam ajudando direitinho nisso.
, por um momento ficou meio perdida já que os outros alternavam entre falar com Isabella e olhar para ela, então achou melhor se apresentar.
- Olá, pessoal! - disse em inglês e sorriu aliviada quando todos a entenderam - Essa chorona aí é a Isabella, muito fã de vocês e está louca para agarrar a todos, mas está mantendo a pose. - e todos riram da apresentação, até mesmo Isa que estava querendo matar a amiga por ter sido entregue dessa forma - E eu sou a , amiga dela. Não sou exatamente uma fã, porque conheço duas músicas de vocês - se desculpou envergonhada - Mas eu adorei a vibe do show. Vocês arrasaram e ganharam uma nova admiradora! - comentou se aproximando para dar um abraço em cada um, mostrando que brasileiros não ligavam muito pra espaço pessoal. Mas os quatro sorriram e agradeceram a simpatia da mulher em inglês, para que ela compreendesse.
Logo o fotógrafo oficial veio e tirou algumas fotos de todos eles juntos e das meninas com cada um dos integrantes e se foi, dando a elas o cartão com a senha do drive onde estariam disponíveis as fotos depois. Depois disso, Isabella engatou em uma conversa com J.Seph e Jiwoo, gastando todo o coreano aprendido em seu cursinho, enquanto Somin voltava para o grupo com algumas garrafas d’água.
resolvera dar espaço a amiga com seus ídolos e descansava no pequeno sofá que havia ali, até que BM se sentou ao seu lado.
- Você realmente queria estar aqui hoje? - ele pergunta em inglês baixinho para não atrapalhar a conversa dos outros quatro.
- Claro! - sorri - Eu gostei bastante do show, mesmo das partes que não consegui entender. - completou rindo e ele lhe acompanhou, gostando da risada da mulher.
- E quais são as músicas que você conhece? - ela franziu a testa e ele tratou de explicar - Você disse que conhecia duas músicas nossas. Quais são?
- Ah, sim! Só Rumor e Don’t Recall. Mas da segunda eu só sei a versão em inglês e não entendo nenhuma palavra da primeira, mas curti durante a minha fase kpopper. - confidenciou.
- Então teve uma fase assim? E o que mais ouviu? - perguntou interessado. BM estava querendo conversar com a moça.
- Sinceramente? - ele assentiu pra ela - Só essas duas músicas em um repeat eterno que durou duas semanas. - confessou envergonhada sem segurar o riso.
- Duas semanas? Fico lisonjeado!
- De nada, então! Mas eu não consegui cantar Rumor durante o show, me desculpe! Só consigo com a letra na minha frente. - deu de ombros.
- Mas você gostou do show, isso que importa. - deu uma piscadela para ela - Mas de que tipo de música você gosta?
E resolveu abrir o Spotify para lhe mostrar algumas de suas playlists. A maioria das músicas internacionais ele também conhecia e os dois viam gostos em comum. Quando chegou na parte de passar rapidamente para ele alguns pagodes e músicas populares, ela viu o rosto do homem ficar com grandes pontos de interrogações. Ele também não tinha entendido nada das letras, mas ficara animado quando ela chegou aos funks.
- Talvez a gente não precise entender a letra pra gostar e sentir a música. - ela comentou e viu como os olhos de BM brilharam com a frase. Ele entendia o que ela queria dizer perfeitamente.
Depois do que pareceu pouco tempo, o segurança veio avisar que as meninas tinham apenas mais cinco minutos com o grupo. Então eles fizeram mais algumas fotos e vídeos para que elas pudessem guardar na memória. Mas, antes que elas pudessem ir embora, BM segurou o pulso de e a levou para um lado mais afastado.
- Eu não sei se você vai topar, mas vamos fazer uma pequena reunião com música em umas três horas para comemorar o final da tour pelo Brasil e eu gostaria que você fosse. - disse de uma vez, pegando ela de surpresa.
- Isso é sério? Por que? - ela estava chocada - Você não está pensando no estereótipo de que brasileiras são fáceis ou algo do tipo, né? - respondeu já de braços cruzados.
- Não, não! - respondeu rápido, ficando envergonhado e vermelho quase como seus cabelos pintados - Eu só gostaria de conversar mais com você, sem ter determinação de tempo. - ele parecia desconfortável e seus olhos, que estavam na mesma altura dos dela - graças a pouca diferença de altura - se encontraram, passando verdade a ela.
- Pegue seu celular. - disse simplesmente e viu o cantor andar apressado para pegar o aparelho. Quando ele voltou, a viu abrir o Instagram no próprio celular e procurar pelo username dele nas DM’s. Ele não pode deixar de sorrir ao ver que ela já lhe seguia, mesmo que dissesse não ser sua fã. Quando ela ia mandar um oi, lembrou de algo e bateu na testa, dizendo algo em português que ele não conseguiu entender.
- Aconteceu algo? - ele questionou preocupado.
- Ok, não ria! - ela suspirou derrotada e entregou o celular na mão dele, para que ele lesse o que ela tinha escrito há um ano.
Na mensagem a mulher se apresentava e contava sobre não ser fã de Kpop, mas que tinha descoberto o grupo e que curtia as músicas. Ela também se desculpava por qualquer erro de inglês que tivesse cometido, mas ele não conseguia ver nenhum. O homem só conseguia sorrir com a mensagem e tinha vontade de se bater por não ter visto aquela mensagem adorável em 2018.
- Eu disse para não rir! - reclamou ao ver que o homem sorria e ele logo tratou de se explicar.
- Apenas achei uma graça a mensagem! Só isso, juro! - se apressou em dizer e devolveu para ela o aparelho.
- Ok! - ela ainda estava meio desconfiada, mas mandou um emoji para a mensagem e logo o cantor visualizou e lhe mandou uma resposta, vendo que agora eles tinham como se comunicar - Me manda o endereço e eu vejo se consigo ir!
- Vou adorar se você puder ir. - disse aumentando o sorriso.
- Mas eu não iria sozinha. Isabella e o namorado dela provavelmente iriam comigo. - ela deu de ombros e ele assentiu, como se dissesse que sem problemas.
Os dois se despediram com um abraço breve e logo deu um tchau aos outros integrantes e saiu com Isabella, deixando os quatro sozinhos. Ela sabia que Isa deveria estar cheia de vontade de perguntar o que acontecera ali, mas a mulher apenas lhe disse que quando chegassem na casa de Gabriel ela lhe contaria. Nem ela estava acreditando muito no que acontecia.
- Você não está pensando em recusar o convite do cara, né? - Gabriel dizia incrédulo enquanto olhava para que tinha o celular em mãos.
Os três já estavam na casa dele conversando e a mulher tinha contado tudo o que conversara com o BM para os dois, falando inclusive sobre o convite que ele tinha lhe feito, ainda que ela não estivesse levando muita fé. O que tinha mudado completamente quando a mensagem com o endereço do hotel tinha aparecido no celular dela, junto ao nome de quem procurar e como entrar na reunião que faziam.
- Amiga, você sabe como é difícil eles se soltarem assim? - Isabella comentou - Você deveria ir!
- Mas e se ele estiver pensando que pode me pegar só porque eu sou brasileira? Você sabe como esses homens gringos são idiotas!
- Eu sei disso, mas você não vai fazer nada que não queira. Vamos estar lá com você - disse olhando para o namorado que concordou com a cabeça - E, se você quiser mesmo pegar ele, você faz isso. - deu de ombros - Você quer? - resolveu averiguar.
- Talvez. - parecia meio incerta e Isabella se jogou em cima dela comemorando e rindo, antes de dizer que agora mesmo que eles iriam para esse after.
Nem uma hora depois, os três já se encaminhavam, de uber, para o hotel em Ipanema. , por sorte, conseguira tomar um banho e trocar de roupa, já que sua mochila com uma segunda opção de look para o show ficara no carro da amiga. Isa também tinha umas roupas na casa do namorado, então achou melhor se arrumar um pouquinho mais. E os três estavam nervosos, já que nunca tinham participado de uma festinha com famosos antes.
Ao chegarem no hotel, foi logo para a recepção, seguindo as instruções de BM e eles foram levados para a cobertura do prédio, onde em um dos quartos, acontecia a tal comemoração. Parecia ser algo pequeno, só para os quatro e mais alguns convidados. Ninguém exatamente muito famoso, só alguns youtubers brasileiros que Isabella logo comentou que cobriam o mundo do pop coreano.
Quando J. Seph notou os três na entrada, logo foi cumprimentá-los, mas não sem antes cutucar BM para que visse quem acabara de chegar, o que fez com que ele abrisse um sorriso maior ainda. A brasileira estava mais bonita do que há poucas horas, como se isso fosse possível.
J. então fez questão de apresentar os três para todos os que estavam presentes e eles logo se enturmaram, dançando com os youtubers brasileiros e bebendo do pequeno bar que havia sido montado ali. Quando o funk começou, a pedido dos coreanos, foi que todos se soltaram e puderam dançar como se não houvesse amanhã.
- Matt, você não vai falar com ela? - Jiwoo perguntou enquanto via que o amigo não tirava os olhos da brasileira. Ela dançava com a amiga, rebolando sem se importar se teria plateia (e tinha), o que deixava muito difícil de parar de olhar para os seus quadris e sua bunda.
- Ela está se divertindo. - ele deu de ombros, mas não quebrou o contato visual com o corpo da mulher que, como se sentisse que estava sendo observada, olhou na direção dele enquanto dançava.
- Ela está aqui por sua causa! - a amiga lhe deu um empurrão no ombro - Vá logo antes que outro o faça. - comentou apontando discretamente para outro cara que também parecia gostar da dança de .
Isso foi o suficiente para que o sangue de BM esquentasse e ele decidisse se encaminhar para a brasileira, que seguia sustentando o seu olhar, sem parar de dançar.
- Se importa se eu dançar com você? - perguntou baixo no ouvido dela, notando que a mulher tinha se arrepiado com o gesto e que apenas concordara com a cabeça, quando ele envolveu sua cintura e começou a seguir os movimentos dos quadris dela.
- Você demorou. - ela disse simplesmente e se virou de costas para ele, continuando a rebolar próximo ao seu corpo e sentindo que os dedos dele apertavam com mais força sua cintura.
- Se eu soubesse que estava esperando, tinha vindo mais rápido. - sussurrou contra a pele de e deixou seus lábios roçarem em seu pescoço, fazendo ela sorrir com o gesto.
Os dois continuaram dançando por mais algumas músicas, fazendo o possível para não desgrudar seus corpos. A temperatura já estava realmente mais alta entre os dois, mas os demais não pareciam se importar. Eles pareciam apenas um casal dançando, nada vulgar.
- Preciso beber alguma coisa. - anunciou puxando o cantor pela mão até a mesa de bebidas. Ela se serviu de um pouco de caipirinha e BM apenas pegou uma cerveja para si - Eu não sabia se deveria vir - ela comentou com ele, falando próxima ao ouvido do homem para que pudesse lhe escutar melhor.
- Ainda pensando que eu só quero me aproveitar de você? - ele disse com um sorriso sacana e brincalhão que fez a mulher rir antes deles sentarem num sofá para continuarem conversando.
- Eu posso querer me aproveitar de você também. - deu de ombros e o cantor sentiu sua boca secar - Mas eu não costumo fazer isso de sair com famosos, essas coisas. Principalmente sem nem conhecer o cara direito.
- Entendo - BM estendeu a mão pra ela - Prazer, me chamo Matthew e você é a …? - ele lhe instigou a responder e a mulher entrou na brincadeira.
- ! - ela sorriu e uniu as duas mãos - Eu não tenho ideia de quantas garotas gostariam de estar no meu lugar hoje.
- Fico feliz que seja você aqui. - ele respondeu se aproximando, sem desviar o olhar do dela.
- Vai dizer aquela baboseira de “você é diferente das outras mulheres que conheci”? - sentia seu coração se acelerar com a proximidade dos dois. Ela já podia sentir o cheiro do perfume dele com mais clareza - Mesmo sem me conhecer direito. - a mulher riu.
- Vai funcionar? - ela apenas deu de ombros e seu sorriso foi morrendo à medida que se encaravam - Eu posso só dizer que você é uma das mulheres mais lindas que eu já conheci?
- Isso depende.
- De quê?
- De quantas mulheres você já conheceu na vida. - a mulher deu uma piscadela e resolveu não se segurar mais - Você quer sair daqui? - perguntou alternando seu olhar entre a boca e os olhos do homem.
- Se eu soubesse que estava esperando, tinha sugerido mais rápido. - ele meio que repetiu o que tinha dito antes e a segurou pela mão, saindo do quarto. Isabella viu os dois saindo, mas fez questão de levantar seu polegar em um ok para a amiga, deixando-a mais tranquila e lhe mandando um sorriso super safado, que foi espelhado por Isa.
O caminho dos dois não foi longo, eles apenas andaram para algumas portas de distância. Ao que parecia, todo o grupo estava hospedado naquele andar. Quando eles entraram no quarto, BM a pegou de surpresa encostando o corpo dela contra a porta fechada e lhe atacando os lábios.
O beijo era urgente, sôfrego, seus dedos apertavam a pele da cintura de lhe aproximando mais dele ou querendo imprensá-la ainda mais contra a parede. Então, a mulher não se fez de rogada e resolveu começar a explorar seus braços, descobrindo o caminho demoradamente até sua nuca, deixando leves arranhões na pele clara.
Sem demora, foi abrindo os botões da camisa social à medida que os encontrava, conhecendo seu abdômen com os dedos, sentindo-o se contrair a cada toque. Um gemido baixo saiu por entre os lábios de BM quando as mãos da brasileira se direcionaram ao cós da calça, ainda meio incerta sobre abrir ou não o botão.
Suas mãos, que tinham se mantido agarradas a cintura da mulher, se direcionaram a sua bunda, apertando ali como queria desde que a vira dançando daquele jeito mais cedo. BM a levava de encontro ao seu quadril, fazendo com que agora fosse quem soltasse um gemido que ele amou ouvir. Ela dizia BM tão baixinho que se ele não estivesse quase fundido ao corpo da mulher, não teria ouvido.
- Me chame de Matt! - ele sussurrou em ordem ao morder o pescoço dela e, como se coreografado, ela gemia o nome dele. Se possível ele estava ainda mais excitado com isso.
levantou uma das pernas, prendendo-a nos quadris de BM, aumentando ainda mais o contato íntimo dos dois e, ele entendeu o que ela queria. Fez pressão para cima e ela entrelaçou suas pernas na cintura dele, sem deixar de lhe beijar os lábios. Ele caminhava meio às cegas até a cama, mas quando seus joelhos bateram nela, colocou a mulher delicadamente ali, ficando por cima dela.
A brasileira resolveu então terminar de tirar a camisa já aberta do homem, arranhando seus braços no processo, vendo sua pele se arrepiar e sua respiração pesada ficar ainda mais nítida. Ela parou alguns segundos para observar aqueles braços fortes e o abdome completamente definido. nem tentou se controlar e deixou um chupão naquela pele tão lisinha, fazendo com que BM apertasse sua bunda em retribuição.
Eles foram se despindo até que ficassem sem nada entre os dois. Com a boca, ele descobriu cada pedaço de pele da mulher na sua cama, deixando um rastro quente por onde passava. A respiração dele estava no meio das pernas de e ela só conseguia se concentrar em quanto o queria ali. Ele fizera com que ela esquecesse o próprio nome e só conseguisse sussurrar o dele a medida que ele a descobria com a língua. BM sugava o clitóris com tanta destreza que parecia que ele tinha nascido pra isso. Ele lambia, na mesma medida em que dava fracas mordidinhas que faziam com que a mulher gemesse ainda mais alto. O orgasmo não demorou muito para chegar para ela.
Pontos coloridos ainda inundavam a visão da mulher, quando ela sentiu que ele, depois de se proteger, a preenchia como há tempos não acontecia. Os movimentos aconteciam tão lentos no princípio, mas aquilo não era o bastante para ela e ele pareceu entender quando as pernas dela entrelaçaram em sua cintura, fazendo com que ele se afundasse dentro do prazer.
O ritmo foi ficando acelerado, seus corpos pareciam grudados de tanto calor, o quarto parecia diminuir e nenhum dos dois conseguia manter os olhos abertos por muito tempo. BM com sua boca cobriu a dela, abafando um gemido alto que estava pronto para sair no momento em que o segundo orgasmo da noite veio. Poucos segundos foram necessários para que ele alcançasse aquele mesmo estado, também gemendo o nome dela.
A cabeça de BM descansava na curvatura do pescoço de , suas respirações ainda aceleradas, eles podiam sentir os corações descompassados um do outro.
- Eu não tinha feito isso antes. - ele disse baixinho e ela teve que se virar para olhá-lo em descrença e deboche - Estou falando de dormir com uma fã. - ele explicou.
- Em tese eu não sou sua fã, Matt. - ela sorriu e piscou um dos olhos esperta. Ele adorou seu apelido ocidental nos lábios dela.
- Tinha esquecido disso. - deu um sorriso sacana, olhando nos olhos da mulher - Então não estaríamos quebrando nenhuma regra, certo?
- Não tenho nem ideia do que você está falando. - ela riu e começou a se movimentar lentamente embaixo dele, fazendo com que ele a penetrasse mais fundo e soltasse um gemido preguiçoso. A noite ainda seria bem longa para os dois.
Fim
Nota da autora: E aí, pessoal, curtiram? Eu tava louca pra escrever algo com o lindão do BM e quando vi o tema do especial não me controlei. Me contem o que acharam nos comentários. Beijos e até as próximas fics ❤︎
Que história legal, Mayra! Literalmente, fã e ídolo. Quem nunca sonhou com isso, que atire a primeira pedra ♥ Sou fã de KPOP, mas nunca ouvi KARD, depois dessa história, eu tenho que procurar mais sobre o grupo e sobre o BM. Parabéns pela história!
Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.
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